sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Vazio do Esquecer


E é quando esvazio meus pulmões que teu nome vem à minha cabeça. Mas seria muito fácil desviar meu corpo dessas poucas letras.
Difícil é, a cada minuto, esbarrar em memórias, pensamentos, lembranças, é ouvir músicas que te lembram, tropeçar em fotos, objetos, e até, às vezes prender-me às histórias, por livre e espontânea vontade. É deparar-me com uma situação que remeta a ti.
Abrir os braços e alçar vôo é muito mais doloroso quando eles ainda estão unidos por algemas. Descobrir-me assim em pleno vôo livre rumo ao chão, quando meu relógio já marcava "tarde demais".
E é quando eu encho novamente meus pulmões que eu percebo que teu nome permanece escrito em mim. É só fechar meus olhos e te ver escrito em minhas pálpebras.
Não te soltei nem soltarei tão facilmente. Se fosse fácil sentir saudades, ninguém se importaria em senti-la. Mas não é tão simples quanto desejamos que fosse. Vai além do olhar para o lado e dizer ‘se foi’, é olhar para o lado e perguntar ‘onde está?’.
Saudade vai além de tudo o que já havia experimentado, tem um gosto muito amargo, dá uma sensação de vazio e o inverno é permanente. Muito diferente do que sinto quando estou perto de ti, meu amor. Ao teu lado é como se todo dia fosse primavera, é sentir o gosto doce do amor, é sentir-me completa, é ver luz onde quer que eu vá, ter medo apenas de uma coisa: não aproveitar o bastante meu tempo contigo.
Gostar-me-ia de saber como seguir em frente, sem ter tuas lembranças. Mas não vejo um por que disso.
Se fossem lágrimas, tristezas, mas não, são apenas momentos felizes, talvez os melhores de toda minha existência.
Esquecer o que já me fez bem não é justo, é querer tirar o que há de bom em mim, é tirar tudo aquilo que sempre me deu força para seguir.
É querer esvaziar meu coração, e pedir para viver de tristezas.
E, definitivamente, não é isso que desejo para mim.

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