quinta-feira, 20 de maio de 2010

É minha e...

...Eu dou o nome que eu quero.

Felicidade tem nome? Em certos momentos de nossas vidas, sim. Tem nome. Eduardo, Roberto, Ana, Augusto, Carol, Guilherme...

É fascinante a maneira a qual atribuímos uma carga tão grande a uma pessoa, e ela, por sua vez, não se importa em carregá-la. Divide-se alegrias, sorrisos, lágrimas, medos, conquistas, problemas, momentos, divide-se tudo, acreditando que isso seja a melhor coisa do mundo. Divide-se o coração, a alma, o próprio eu. Essa divisão tem nome. Amar.

Amar reflete em querer bem, em gostar mais do que se imagina, em fazer coisas que nunca havia pensado em fazer, reflete em querer estar perto, querer cuidar, proteger, dar carinho.

Porém antes de dividir qualquer coisa, antes de amar qualquer um, passamos tempos e mais tempos sozinhos, pensando em como é bom ser sozinho, em como é bom não termos de nos importar com ninguém mais além de nós, como é bom vivermos sem dar satisfações, sem ter alguém que vá nos cobrar atenção ou justificativas.

Passado esse tempo, começamos a perceber como é triste chegar em casa e não ter quem abraçar, não ter quem nos ligue ou mande uma mensagem inusitada durante o dia. Como é triste não ter a quem dar carinho, a quem cuidar, não ter quem nos ouça reclamar da vida e depois de horas de falação apenas nos dê um sorriso e diga ‘como você está linda hoje’. Não ter quem nos invada os pensamentos e permaneça lá. Não ter quem nos aqueça quando o inverno chegar, quem enxugue nossas lágrimas, que nos diga que seja eterno enquanto durar.

Dar nome à nossa felicidade pode ser perigoso, pode ser não, É perigoso. Se não durar para sempre, essa pessoa perde um grande status em nossas vidas, não é mais dona de nossa felicidade, é dona de nossa tristeza, motivadora de nossas lágrimas, causadora de danos que nos atormentarão por muito tempo.

Mas se for pra ficar pensando no depois, nas conseqüências, não fazemos nada. Bom mesmo é se jogar de peito aberto na vida e aproveitar tudo o que ela irá oferecer, assim poderemos dizer ‘eu vivi, eu aproveitei, eu corri atrás do que me fazia bem’. Se acabou, não importa, você foi feliz por certo tempo, e nada te impede de ser feliz outra vez.

Minha felicidade tem nome, e a sua?

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Voe, mas volte

"Deixar partir, deixar voar. Se te pertencer, retornará." Mas e quando o que estamos deixando ir leva um pouco de nós? Não seria certo, ao menos, marcar uma visita para devolver o que nos foi roubado? Passar pelo sentimento de perda para dar valor? Mas e quando o que nos foi tomado era tão valorizado quanto nós mesmos? É justo, então, sofrer essa separação? Quando era pequena, sempre disseram para que eu segurasse firmemente minhas coisas e aqueles que amava, para que eles nunca se afastassem de mim. Mas meu medo era diferente. Meu medo era de que se eu segurasse alguém ou alguma coisa muito forte, eu seria levada junto. De fato, aprendi a deixar, simplesmente abandonar tudo, deixar que as coisas e as pessoas tomassem seu próprio rumo, sem que eu interferisse. Largar as rédeas, tentando não impor meu mais intimo desejo: mantê-las ali. Dizem que o segredo é não correr atrás das borboletas, e sim, cultivar seu jardim para que elas venham até ele. Mas e quando nos mexemos bruscamente nesse jardim? As borboletas voam. Por mais que ele seja bonito, elas terão medo de retornar. Justamente assim que me encontro, com um jardim esplendoroso, porém, vazio. Vejo-as voando por aí. Em jardins talvez não tão bonitos quanto o meu, mas tranqüilas porque sabem que nada irá acontecer, que não terão de voar para longe, por medo. Penso então: mas que chatice! Onde está o perigo, a adrenalina? Enxergo apenas rotina. Como elas mostrarão sua beleza sem voar por aí? Por isso, peço: volte, minha linda borboleta. Retorne para o jardim mais belo que já viste. Volte para onde teu coração irá bater forte e teu ar irá faltar. Volte para onde tu jamais deverias ter deixado. Mas, antes, pertença-me. Se é teu, retornará.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Porta Entreaberta

“Portas são encaradas como oportunidades,
e se essas te levarem à perdição?”




O abrir portas é o sonho de tantos, visto como um passo para o mundo, o inicio da trilha em busca da felicidade – embora ainda acredite que essa seja o caminho e não o objetivo – da realização. Insistem em procurar pela tal felicidade, mas que diabos é isso? Pessoas que passam a vida inteira atrás de algo que nem sabem ao certo o que é! Não compreendem que isso é um estado de espírito, algo que se atinge quando temos o coração cheio de alegrias, quando somos bons, gentis, enfim, quando estamos, de certo modo, satisfeitos com aquilo que somos.
Viver para ser melhor também é um bom jeito de se levar a vida.
Perceber quando é hora de mudar, quando é hora de sermos mais do que estamos sendo, de nos doar mais, a hora de calar, de consentir, de arriscar, de falar, de concordar, de acreditar, de brigar, de chorar, de simplesmente... Olhar, viver... Ser.
Porém, têm-se medo de voltar atrás. Medo de que por estarem fazendo isso, serem piores. Serem fracassados ou indecisos. Querer reabrir uma porta é difícil. Por isso, mantenho todas minhas portas entreabertas.
Fechar-me para uma idéia, para uma oportunidade, é como perder um rastro ou até mesmo uma trilha, é como deixar de ir por um caminho que ninguém tenha trilhado. É talvez, perder um ponto de vista que futuramente ser-me-ia útil.
Pretendo ir por onde ninguém foi, caminhos já trilhados levam-me a vidas já vividas, a resultados já alcançados, a supostas ‘felicidades’ já sentidas.
Quero o novo. Paredes novas, caminhos novos, novas virtudes, novas esperanças, sorrisos sinceros, alegria a cada passo, e o coração leve. Quero sentir a tal liberdade bater em minha face feito brisa de manhã de inverno, quero sentir a adrenalina correr por minhas veias, quero o arrepio mais profundo, que o prazer mais ardente. Quero o novo, desejo o novo, eu SOU o novo.
Tenho vivacidade, tenho ternura, tenho força, não tenho medo.
Tenho sorrisos, tenho lágrimas, não tenho entrega.
Tenho chances, oportunidades, não tenho problemas que me diminuam.
Tenho portas abertas, não tenho portas cerradas. Porque sei que portas fechadas podem ser um sorriso a menos ou um dia a mais na jornada em busca da sonhada felicidade.

domingo, 4 de abril de 2010

Abismo do Ser

"Eu acredito em profundidades. E tenho medo de altura, mas não evito meus abismos. São eles que me dão a dimensão do que sou."
Eu, do fundo do meu coração, tenho um orgulho absurdo de ser quem eu sou.
E tenho um orgulho absurdo de transformar tudo o que me dói em poesia.
Nada me atinge e eu sou superior a dor. Dói mesmo, eu me apaixono mesmo, eu sou intensa, eu me ferro mesmo. Tudo é bom, tudo é vazio, tudo é bom de novo. Não tenho medo de cair, tenho medo de não levantar.
Prefiro olhar para trás e guardar o que foi bom. Contentar-me e aprender a viver com o que possuo não com o que poderia ter. Ansiar por acontecimentos e fazer o possível para torná-los realidade.
É melhor olhar para o futuro e saber que, mesmo quando acreditar já ter visto de tudo, a vida ainda pode me surpreender, e que ainda posso surpreender a mim mesma.
Saber que sou capaz do que quero, de chegar ao objetivo estabelecido.
Saber que tenho a responsabilidade de mulher e a ternura de menina.
A vida ainda tem graça, basta fechar bem os olhos e abri-los determinada a ver algo de bom.
Enxergar oportunidades e não problemas. Ver que a vida tem muito a oferecer e que meu sorriso chegará a lugares distantes.
Cair, todos caem. Erguer-se? Não muitos.
Tenho tomado alguns espíritos fortes a fim de me reestruturar.
De estar pronta para a próxima batalha, pronta para encarar o próximo abismo e,
quem sabe,
estar pronta para me jogar nele.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Reviver para esquecer?


Hoje, sentei e me deparei com memórias
Lembranças de bons tempos e minhas glórias,
Procurando por fotos para te olhar
Respirando fundo, tentando não chorar.

Olhando pela janela o mundo lá fora
Lembrando como não via chegar a hora
A hora de finalmente poder te abraçar
A hora de o tal príncipe encantado chegar.

Ao teu lado revivi coisas que esqueci
Nunca pensei que pudesse ser tão feliz
Junto a ti iria a qualquer lugar
Sumiria, fugiria, sem pestanejar.

Logo fecho a caixa de recordações
Revive-la é partir inúmeros corações
Pudera eu, a saudade aliviar
Viver-te intensamente, sem medo de amar.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Pedra dói?

Dizem por aí que tenho um coração de pedra.
Que não dou trégua a ninguém, não facilito, não ajudo.
Dizem por aí que meu coração é tão frio quanto a neve, que não sabem nem se ele pulsa,
acham que talvez tenha congelado.
Difícil admitir, mas estão certos, em partes.
Ele não foi sempre assim.
Já foi quente, tenro, doce. Pulsava sutil, delicada e alegremente.
Acontece que o inverno chegou, você se foi, tudo mudou.
As flores murcharam, a lágrima caiu, a dor irrompeu.
Transformou, trocou tudo de lugar.
A solidão não veio sozinha,
trouxe na trouxa a saudade.
Desde então têm sido assim, me pego olhando nossas fotos e
lembrando meu verão, onde meu coração ainda batia.
Me pego, perdida, lembrando você, escrevo como era de
costume, dizendo na seqüência bem clichê: preciso de você.
Dizem por aí que tenho um coração de pedra.
Dizem por aí que nunca fui feliz.
Assim como sorrisos podem trazer falsidade, nem tudo o que dizem por aí é verdade.
Como pode uma pedra doer? É, não sei mas se for mesmo uma pedra, essa dói.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Facilitar Não Convém


No fundo, bem no âmago, todos nós buscamos o mesmo.
Buscamos a aceitação e um amor no coração. Buscamos alguém que nos faça lutar, gritar, sofrer e querer.
Alguém que nos incite e nos incentive a sermos cada vez melhores. Não queremos alvos fáceis.
Não queremos alguém fácil e simples de se compreender. Não queremos o homem modelo sem defeitos.
Queremos o complicado, o de pouco acesso. Porque nos cansamos do fácil, não queremos sempre pisar no bom e velho piso. Queremos mudança, desejos diferentes, idéias novas, bandeiras levantadas. Queremos janelas novas, pisos e paredes diferentes. Queremos alguém difícil, mas acima de tudo, alguém que nos ame.
Não queremos alguém que balbucie palavras de amor ao vento, queremos frases raras, sinceras e espontâneas no supermercado ou no estacionamento.
Queremos o contato 24h, queremos o impossível, o inatingível. Queremos conhecer a alma, ser a sombra do outro, queremos ser o outro.
Queremos descobrir todos os segredos, descobrir os filmes preferidos, as paixões, o melhor dia de sua vida.
Queremos compartilhar não só os ótimos momentos como também os de maior tristeza e escárnio. Tudo isso porque o amor supera os comentários perversos e a inveja dos outros, os conflitos econômicos, financeiros, políticos, espirituais, entre outros.
Enfim, o amor supera tudo, exceto o próprio amor.
E não queremos por querer, não amamos por amar, não sofremos por sofrer.
É algo além, algo místico, fora de nós ou talvez até dentro demais. Buscamos o mais intenso dos sentimentos, o choro mais verdadeiro, a raiva, o ciúme mais doentio.
Queremos o riso, o olhar, o toque mais suave, mais belo, mais indescritível.
Porque o que queremos está acima de qualquer explicação, conceito e definição. Queremos ultrapassar o próprio coração. Ultrapassar a própria verdade, a própria razão.