No fundo, bem no âmago, todos nós buscamos o mesmo.
Buscamos a aceitação e um amor no coração. Buscamos alguém que nos faça lutar, gritar, sofrer e querer.
Alguém que nos incite e nos incentive a sermos cada vez melhores. Não queremos alvos fáceis.
Não queremos alguém fácil e simples de se compreender. Não queremos o homem modelo sem defeitos.
Queremos o complicado, o de pouco acesso. Porque nos cansamos do fácil, não queremos sempre pisar no bom e velho piso. Queremos mudança, desejos diferentes, idéias novas, bandeiras levantadas. Queremos janelas novas, pisos e paredes diferentes. Queremos alguém difícil, mas acima de tudo, alguém que nos ame.
Não queremos alguém que balbucie palavras de amor ao vento, queremos frases raras, sinceras e espontâneas no supermercado ou no estacionamento.
Queremos o contato 24h, queremos o impossível, o inatingível. Queremos conhecer a alma, ser a sombra do outro, queremos ser o outro.
Queremos descobrir todos os segredos, descobrir os filmes preferidos, as paixões, o melhor dia de sua vida.
Queremos compartilhar não só os ótimos momentos como também os de maior tristeza e escárnio. Tudo isso porque o amor supera os comentários perversos e a inveja dos outros, os conflitos econômicos, financeiros, políticos, espirituais, entre outros.
Enfim, o amor supera tudo, exceto o próprio amor.
E não queremos por querer, não amamos por amar, não sofremos por sofrer.
É algo além, algo místico, fora de nós ou talvez até dentro demais. Buscamos o mais intenso dos sentimentos, o choro mais verdadeiro, a raiva, o ciúme mais doentio.
Queremos o riso, o olhar, o toque mais suave, mais belo, mais indescritível.
Porque o que queremos está acima de qualquer explicação, conceito e definição. Queremos ultrapassar o próprio coração. Ultrapassar a própria verdade, a própria razão.